domingo, 5 de maio de 2013

Preparação de documentos para tradução

Os clientes de tradução enviam documentos para traduzir em variadíssimos formatos:
  • papel; 
  • documentos criados por processadores de texto (Word, OpenOffice, etc.); 
  • ficheiros PDF; 
  • ficheiros de imagem; 
  • folhas de cálculo; 
  • apresentações (.ppt, .pptx, etc.); 
  • ficheiros de edição gráfica (InDesign, QuarkXPress, etc.); 
  • ficheiros de tipo AutoCAD; 
  • e um grande etc. 
Cada um destes ficheiros exige uma preparação diferente — preparação essa que deve ser tomada em consideração quando definimos o preço e o prazo do serviço que nos propomos prestar. Um documento de 30 páginas em .doc, sem imagens, prepara-se muito mais rapidamente do que um documento de 30 páginas em papel ou em PDF, com muitas imagens e tabelas.

A preparação dos ficheiros tem, quase sempre, três objectivos:
  • obter um ficheiro que possa ser editado (e, portanto, traduzido); 
  • obter um ficheiro que seja facilmente processado pelos programas de auxílio à tradução (Trados, Wordfast, memoQ, etc.); 
  • obter um ficheiro que, uma vez traduzido, tenha um aspecto limpo e coerente, que satisfaça o cliente. 
Estes três objectivos estão, por vezes, em contradição.

Vou tentar dar algumas ideias sobre como preparar cada um destes tipos de documentos em artigos futuros, tendo em mente estes três objectivos.

Pergunta importante a fazer ao cliente, logo à partida: quer apenas a tradução do texto ou necessita dum serviço com edição gráfica incluída?

Convém ter em conta o seguinte: um cliente, quando envia um documento, está à espera de receber a tradução o mais parecida possível com o original. Ora, quando o documento nos é entregue num formato não editável (papel, PDF, imagem), convém definir de forma clara com o cliente qual o formato e o aspecto do documento traduzido. Se o cliente necessitar dum documento igual e pronto a publicar, o serviço que pretende é o de edição gráfica, que é um serviço complementar ao da tradução (e, por vezes, só por si, mais caro do que a própria tradução). Se o que o cliente pretende é a tradução do texto, devemos entregar um ficheiro com o texto traduzido, pela mesma ordem em que aparece no original, com os títulos, negritos e itálicos reproduzidos, mas sem necessidade de reproduzir a disposição gráfica de forma exactamente igual ao original.

Numa segunda nota, quando estamos a preparar um documento para tradução certificada em notário, há algumas particularidades a ter em conta, que veremos mais tarde.

Por fim, um aviso a todos os que embarcam neste negócio: os clientes querem, grande parte das vezes, um serviço que vai muito além da tradução — mas não o dizem abertamente (não por má-fé, mas por falta de conhecimento). Assim, é importante deixar bem claro, desde o início, que estamos a prestar um serviço de tradução e não de edição gráfica. Obviamente, se o tradutor puder ajudar o cliente também nessa área, tem tudo a ganhar — mas esse serviço tem um preço, que o cliente deve conhecer (e pagar).